domingo, 4 de maio de 2014

FREEKEH


Velho conhecido no Oriente Médio - lá se vão mais de quatro mil anos de consumo - o freekeh (pronuncia-se fríki) tomou conta dos restaurantes mais conceituados dos Estados Unidos e da Europa. Agora é hora da novidade chegar por aqui para desbancar a quinoa. Isso porque, tão logo foi descoberto, o freekeh já foi alçado ao posto de novidade milagrosa da vez.
O superturbinado freekehMas você tem ideia de como o consumo do freekeh começou? Contam por aí que uma pequena aldeia, na Síria, foi invadida e teve o trigo ainda verde incendiado. Por causa da escassez de alimentos, o trigo não foi desperdiçado: foi colhido e os cachos friccionados (daí no nome freekeh!) para obter os grãos limpos. Surgiu assim um novo alimento, com sabor levemente defumado e alto valor nutritivo.
Apesar de ser novo no Brasil, nas pesquisas mundo afora o freekeh já é um antigo conhecido. Há dez anos, a Universidade de Adelaide, Austrália, publicou um estudo falando sobre a sua concentração de luteína e zeaxantina, superiores a outras fontes de trigo e massas analisadas. Esses compostos são carotenoides com função antioxidante e protegem o organismo da ação dos radicais livres. A luteína e zeaxantina são os únicos carotenoides presentes nos olhos. Várias pesquisas mostram que o consumo deles está associado a um menor risco de degeneração macular com a idade.
Cheio de benefícios à saúde, o alimento pode ser usado em outros inúmeros casos. Quem está de dieta pode consumir o freekeh sem medo. Seu alto teor de fibras - tem quatro vezes mais se comparado ao arroz integral - contribui para a redução de medidas. "Ele confere saciedade, além de possuir baixo teor de gordura", explica endocrinologista Alfredo Cury, do Spa Posse do Corpo.
Michelle Franzoni, autora do Blog da Mimis e que perdeu mais de 30 quilos em dez meses, fez o uso do freekeh na dieta. "O benefício de saciedade é imediato a sua ingestão. O funcionamento gastrointestinal melhora, sendo indicado para quem tem intestino preso", conta. Isso acontece porque o freekeh estimula a proliferação das bactérias boas do sistema digestivo, auxiliando na regulação intestinal. A blogueira também ressalta que pesquisas indicam que o consumo regular de fibras, como as presentes no freekeh, auxilia na redução do LDL, colesterol ruim, prevenindo, assim, doenças cardiovasculares.
Diabéticos também podem fazer uso dele. Seu índice glicêmico baixo não gera picos de glicemia no sangue. Deve ter atenção àqueles que fazem dietas com restrição do glúten: o freekeh não é indicado. "Por ser um grão, contém glúten. Com isso, o freekeh não pode ser consumido por pessoas que tenham, por exemplo, doença celíaca", esclarece Alfredo. Pacientes com problemas renais também devem evitá-lo por conta de seu teor de potássio.
O freekeh é um alimento bastante completo. "Ele é rico em proteína, carboidrato, cálcio, ferro, cobre, potássio, magnésio, sódio, zinco, vitaminas B1, B2, A e E. Além disso, possui baixo teor de gordura", observa o médico. Quanto as calorias, o grão se assemelha à quinoa. "Cerca de 100 gramas do alimento fornecem 351 calorias. Já a quinoa, possui 348 calorias", pontua Cury.
Por estar ganhando terreno agora, o freekeh não é tão acessível. Para encontrá-lo, deve-se pesquisar em lojas de produtos árabes ou de produtos naturais. Pela internet também é possível encontrá-lo em sites especializados como o Freekeh Brasil. Não é lá muito barato. O valor fica em torno de R$ 32,00, para um pacote com 250 gramas. Mas todos os benefícios que vem junto, dentro da caixinha, fazem valer a pena!
Uma vez em mãos, as delícias a serem preparadas são muitas. "Ele pode ser utilizado em saladas, assados, recheios, combinados com legumes e muito mais. O freekeh também pode ser encontrado moído e utilizado para preparar caldos e sopas e sobre frutas ou outros. Seu modo de preparo é simples, e é cozido da mesma forma que o arroz integral, o que facilita o seu uso no dia a dia", ensina Michelle.

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